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Palavras que Curam

Entrevista com o Dr. Larry Dossey, médico. Entrevistador Daniel Redwood, doutor em quiroprática

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Larry Dossey não podia prever sua mudança de médico ortodoxo para filósofo e médico holístico e ainda considera isto um pouco misterioso.

O primeiro em sua família texana a se formar numa universidade, Dossey diz que quando concluiu sua faculdade de medicina, “Eu era uma pessoa tipicamente ortodoxa, beirando o terceiro nível de anestesia. Eu estava adormecido.” Ele serviu como cirurgião num batalhão no Vietnan, o que lhe proporcionou as primeiras sementes do seu despertar, por ter testemunhado a profundidade dos impulsos inconscientes da psique humana e o emergir da sua própria sombra. Extremamente abalado ele começou a olhar mais profundamente o mundo à sua volta. E persistiu nisto. Posteriormente ajudou a fundar a Dallas Diagnostic Association, o maior grupo de médicos internistas (clínicos) da cidade e trabalhou como chefe do staff do Medical City Dallas Hospital.

Praticando a medicina ocidental tradicional, ficou intrigado com os pacientes agraciados com “curas milagrosas,” remissões que a medicina clínica não podia explicar cientificamente. Buscando um entendimento da interação existente entre a mente, o corpo e o espírito ele criou um departamento de biofeedback na Dallas Diagnostic Association e começou a estudar religião, filosofia, meditação, literatura oriental, parapsicologia e física quântica.

O Dr. Dossey é o autor de Space, Time and Medicine; Beyond Illness; Recovering the Soul; e Healing Words. Ele foi o primeiro médico a ser convidado para proferir a Conferência Anual do Mahatma Gandhi Peace Foundation Memorial, em Nova Deli, Índia.

Na sua entrevista com o Dr. Daniel Redwood, Dr. Dossey debate fascinante pesquisa médica que demonstra os efeitos curativos da oração. Ele também salienta as diferenças entre a oração dirigida e a não dirigida e sua crença em que as pessoas introvertidas necessitam de estratégias para preces e afirmações diferentes das usadas pelas extrovertidas.

Dossey aposentou-se da prática médica e dedica seu tempo escrevendo e proferindo palestras. É o editor da Alternative Therapies in Health and Medicine, um periódico que existe desde 1995. Ele mora no Novo México.

Entrevista

DANIEL REDWOOD: O que você apontaria como a grande mudança na sua carreira médica, ou na sua vida, que o levou na direção que você segue nos últimos anos?

LARRY DOSSEY: Não acredito que tenha havido uma grande mudança. Foi um desenvolvimento gradual de uma nova maneira de ver e uma nova maneira de ser. Foi um caminho evolutivo. Quando me graduei era uma pessoa tipicamente ortodoxa, beirando o terceiro nível de anestesia. Eu estava adormecido.

Descobri um conjunto de conhecimentos no pensamento oriental que me influenciou tremendamente. Eu cresci no Sul e quando os conceitos religiosos com os quais fui criado tornaram-se insuficientes eu os abandonei, substituindo-os gradualmente com o passar dos anos por outros. Fui muito influenciado pelos fundamentos budistas, particularmente o Zen. Também descobri as tradições místicas do Cristianismo e os místicos medievais, a quem dediquei muito estudo, assim como aos mestres Zen.

Também tive que lidar com um problema pessoal de saúde, a clássica enxaqueca. Isto me conduziu à terapia por biofeedback no início dos anos 70, depois de muitas tentativas em vão.

Isto levou-me a explorar mais profundamente a conexão mente-corpo e eu criei e dirigi um laboratório de biofeedback na minha prática médica. Do ponto de vista filosófico, espiritual e pessoal houve muitas influências na minha vida que me empurraram nesta direção, mas nenhuma se destacou como principal.

DANIEL REDWOOD: Ouvindo você falar eu às vezes tenho a impressão de que é um professor de filosofia ou de qualquer outra ciência humana. Você sempre quis ser um médico?

LARRY DOSSEY: Não tenho a menor idéia de como fui parar na medicina. Entrei na faculdade como estudante de engenharia elétrica, o que durou seis meses. Como meu irmão gêmeo estudava farmácia eu mudei para lá e me graduei como farmacêutico. Ambos decidimos fazer o pré-médico junto com o nosso treinamento em farmácia e assim cursei a faculdade de medicina como farmacêutico.

Nunca houve um médico na minha família. Ninguém havia ultrapassado a décima série antes de meu irmão e eu, não havendo assim tradição nem de medicina nem de erudição em minha família. Eu apenas achava que fisiologia, biologia e química eram interessantes. Deste modo fiz medicina sem na realidade saber por que. Não sei como essas coisas acontecem. Quase fazem você acreditar em vidas passadas.

DANIEL REDWOOD: Você acredita em vidas passadas?

LARRY DOSSEY: Se a não-localidade for real, o que acredito que seja, então as vidas passadas fazem sentido. Assim como as futuras.

DANIEL REDWOOD: Falando de não-localidade, você poderia definir o que chama de Era III da Medicina e com a difere das Eras I e II?

LARRY DOSSEY: Era I é a velha e boa medicina mecânica de todo dia, medicina técnica ortodoxa. Medicamentos, cirurgia e radiação. Era II é toda vez que falamos em situações envolvendo mente e corpo numa pessoa. Minha mente afetando meu cérebro, afetando meu corpo, para o bem ou para o mal. Está confinada ao momento presente, é medicina do aqui e agora, é local.

Era III é medicina envolvendo mente e corpo, porém com uma conotação diferente. É uma mente coletiva, uma mente não localizada no cérebro ou no corpo. É mente possivelmente afetando muitos corpos, através do espaço. Mente que não está localizada no momento presente, rompendo as barreiras do tempo como nos estudos recentes onde as pessoas recebiam uma mensagem três dias antes de haver sido enviada. A não-localidade temporal.

DANIEL REDWOOD: Poderia nos falar sobre este estudo?

LARRY DOSSEY: Certamente. Era III é medicina não-local, com “não-local” significando que as mentes não estão confinadas a pontos no espaço (como os cérebros ou corpos), ou tempo (como o momento presente). No Princeton Engineering Anomalies Research Laboratory foram conduzidos estudos durante uma década pelo Dr. Robert Jahn, ex-decano de engenharia e sua colega Brenda Dunne. Houve muitos experimentos mas aqueles que mostram esta não-localidade da mente são os seus experimentos sensoriais remotos (à distância).

Eles tinham uma pessoa em Princeton tentando mentalmente mandar uma imagem computadorizada selecionada para outra a seis mil milhas de distância. Frequentemente o receptor não apenas recebia a mensagem com grande detalhamento, mas recebia-a muitas vezes até três dias antes de ter sido enviada. Isto é mente funcionando fora do espaço e tempo. Mentes aparentemente unidas e não confinadas aos cérebros. Isto significa o rompimento da localidade espacial e também o rompimento da localidade temporal com esta inversão do futuro e do presente. Não há absolutamente maneira de você acomodar este tipo de evidência com uma relação mente/cérebro/corpo definida localmente. Então você é forçado, se você toma esta informação seriamente, a construir um modelo de realidade e mente que acomode tudo isso. Você é impelido para um modelo não-local.

DANIEL REDWOOD: Como iria um cientista racional, realista, alguém que repudie a possibilidade de não-localidade, responder a um dado como este?

LARRY DOSSEY: Deixe-me dizer-lhe porque escolhi o termo “não-localidade.” Nos últimos séculos, muitas pessoas falaram de a mente realizando coisas como esta. Elas usavam termos como “mente una”, “mente universal.” Jung falou sobre a “consciência coletiva” e o “inconsciente coletivo.” Eu escolhi o termo “não-local” porque ele não tem tanta bagagem metafísica nem sobrecarga histórica. Além disso, “não-localidade” é um termo aceito pela física moderna. Existem livros sobre o tema explicando que a natureza do mundo, no seu âmago, é não-local. Então os físicos já estão em paz com esta idéia. Mas os médicos tiveram um sério caso de inveja da física nos últimos 150 anos. Então, falando para os meus companheiros médicos, eu senti que o melhor termo para descrever os fenômenos da mente é um já aceito pela física. Se está OK para os físicos conversar sobre isto, acredito que estará OK para os médicos pelo menos acolher os fatos e a idéia.

DANIEL REDWOOD: Por que os médicos invejam a física?

LARRY DOSSEY: Um mau caso de complexo de inferioridade. Por volta de 1860, a década em que Lewis Thomas diz que a medicina se tornou uma ciência, a medicina queria incorporar a precisão e a previsibilidade das ciências exatas, cujo exemplo mais espetacular é a física. Isto é verdadeiro não só para a medicina, mas também para a economia, educação, psicologia e psiquiatria, muitas das ciências mais “flexíveis.”

DANIEL REDWOOD: Como a sua experiência no Vietnan afetou o seu crescimento?

LARRY DOSSEY: Foi uma experiência fenomenal para mim. Eu fui levado àquilo, não de uma forma plenamente consciente. Não tenho certeza se repetiria aquela experiência. Eu era ingênuo politicamente sobre aquilo. Mas depois que lá cheguei, aprendi muito sobre o arquétipo da guerra. Não estou falando do “Guerreiro Pacífico”. Estou falando sobre matar

DANIEL REDWOOD: Você era um médico ou um soldado?

LARRY DOSSEY: Eu era um médico que tinha a pior atribuição conhecida no Vietnan. Gastei 200 horas em helicópteros. Gastei tempo em missões de ataque, carregando um rifle, um revólver, uma faca e uma bolsa de curativo. Fui voluntário para grande parte daquilo. Fiquei enormemente envolvido na guerra . Minha maneira de racionalizar moralmente era que como um cirurgião de campanha eu não estava lá para matar mas principalmente para salvar vidas. Mas eu fui voluntário em patrulhas, missões, ataques, etc. Como aquilo me afetou? Ensinou-me muitíssimo sobre a natureza dos impulsos inconscientes da psique humana, que nem sempre são muito bons. Ensinou-me muito sobre a minha própria sombra e o que existe no interior da minha própria psique. Surpreendi-me fazendo coisas que seis meses antes teria jurado nunca, jamais fazer. Mostrou-me que as pessoas podem ser surpreendidas por impulsos arquetípicos inconscientes e profundos em certas situações e que há em nós coisas que em nossos momentos racionais negaríamos, mas que somos muito capazes de fazer. Esta é a psicologia arquetípica junguiana. O Vietnan ensinou-me que estas coisas existem de fato.

DANIEL REDWOOD: Você falou de ciência permeando tudo. Ela permeia a religião?

LARRY DOSSEY: Houve uma batalha entre ciência e religião, porque desde Darwin a ciência dizia que a religião não é ciência. Nas escolas são os biólogos evolucionistas que são aceitos, não os criacionistas. Não se dá Prêmio Nobel para religião. As honras vão para os pensadores, os intelectuais. Nos anos 40 C.P. Snow escreveu sobre duas culturas, os literatos de um lado e os cientistas de outro, assinalando esta profunda divisão em nossa cultura. Penso que desde então a ciência ficou mais entrincheirada ainda em nossa maneira de pensar e agir. Veja a fascinação durante a Guerra do Golfo com os cientistas que criaram aquelas armas inteligentes que podiam descer pelas chaminés. Os cientistas são adulados nesta cultura. Se você não praticar uma medicina científica você não merece ser remunerado. A ciência está muito disseminada.

DANIEL REDWOOD: Você vê sinais de que vai ocorrer uma grande mudança de paradigma, ou nós temos duas trajetórias nas quais nós estamos desenvolvendo a ciência até o seu extremo lógico e simultaneamente uma alternativa evolucionária?

LARRY DOSSEY: Penso que a natureza do empenho científico está mudando. Falei sobre a pesquisa na Era III e ela torna a ciência elegante. Estamos começando a enfocar o subjetivo, em especial o que a mente pode fazer, coisa que a ciência anteriormente não considerava passível de exploração. Foi criado um tremendo campo de batalha no interior da ciência ortodoxa. Existe uma frase famosa de um cientista: “Isto é o tipo de coisa no qual eu não acreditaria mesmo se fosse verdadeiro.” Porém mesmo assim esses novos estudos são científicos, eles são tão revolucionários no que se refere às implicações para a realidade que muitos cientistas ortodoxos não terão nada o que fazer com eles. À medida que a ciência muda, focalizando diferentes temas subjetivos, isto cria uma incrível indigestão intelectual na ciência tradicional. Mas são fatos, são bons fatos e isto não vai se perder.

DANIEL REDWOOD: Você conta uma história surpreendente na qual a oração parecia afetar a recuperação médica. Quais são as implicações daquele estudo?

LARRY DOSSEY: Não sou mais tão entusiasmado com aquele estudo quanto eu era quando o descobri, mas ainda merece ser citado. Foi realizado por Randolph Byrd, na unidade coronariana do San Francisco General Hospital. Envolveu cerca de 400 pacientes. Metade foi tratada com a rotina padronizada, assim como a outra metade, mas além disso os pacientes da segunda metade receberam orações. Seus nomes foram distribuídos por vários grupos de oração. A diferença nas recuperações foi realmente surpreendente. Por exemplo, não houve parada cardíaca ou necessidade de respirador artificial no grupo que recebeu preces, enquanto que houve 12 no outro grupo. Se isto fosse um novo medicamento ou um procedimento cirúrgico sendo testado, teria sido anunciado como uma grande descoberta terapêutica. Ninguém entre as enfermeiras e os médicos sabia quem estava e quem não estava recebendo orações, o que evitava que eles inconscientemente dessem um tratamento especial aos primeiros. Quando os resultados chegaram, parecia que o grupo com orações havia recebido alguma droga milagrosa. Não houve mortes neste grupo enquanto que no outro houve três. Doze pessoas do grupo não orado tiveram parada cardíaca e foram submetidas a manobras de ressuscitação cardio-respiratória ou necessitaram de respirador, máquina para respiração artificial. Ninguém do grupo com oração precisou disso. Doze a zero – uma boa diferença. A maioria não lê o Southern Medical Journal, onde isto foi noticiado. Mas o falecido Dr. William Knowland, um médico com quem sempre se podia contar para avaliar e criticar qualquer estudo que se relacionasse ao psíquico, olhou para este estudo e disse, “Isto parece um excelente estudo. Acho que vai se sustentar. Tendo por base este estudo, parece que nós médicos, quando nossos pacientes forem admitidos na emergência ou na unidade coronariana, além das nossas recomendações habituais, deveríamos estar prescrevendo “Orar para o paciente três vezes ao dia.” Porém, este não foi o melhor estudo do mundo. Minimamente o que você poderia dizer sobre o estudo é que ele sugere fortemente que a oração tem um efeito espetacular, que ela tem influência sobre a vida e a morte das pessoas, mesmo quando elas não sabem que estão recebendo orações. Esta é a boa, antiga e clássica ação cayceana. (Edgar Cayce – nota do tradutor)

DANIEL REDWOOD: Que problemas existem com este estudo?

LARRY DOSSEY: Foi um estudo duplo-cego, randomizado, mas um dos pontos fracos é que nós realmente não sabemos os detalhes quanto à freqüência das orações ou se de fato os oradores executaram sua tarefa. Nós também não sabemos com que freqüência os pacientes rezaram em seu próprio benefício. Não podemos controlar isto. É também possível que o grupo para o qual não havia oração tenha tido parentes orando por ele, sem o conhecimento dos cientistas que realizavam o estudo. Fica realmente complicado quando você reflete sobre isto. A princípio achei que era um estudo muito bem feito, mas quanto mais pensava, via que aquilo não era inteiramente verdadeiro. Suspeito entretanto, que se as companhias farmacêuticas neste país pudessem imaginar como fazer dinheiro com uma terapia com esta potência, ela seria lançada no mercado imediatamente.

DANIEL REDWOOD: Existem outros estudos que confirmem estas conclusões?

LARRY DOSSEY: Um dos melhores mistérios com que me deparei nos últimos anos foi uma organização em Salem, Oregon, chamada Sprindrift. Se você pesquisar o termo “sprindrift” no dicionário, ele vem de uma velha palavra escocesa que se refere aos flocos de espuma produzidos quando uma onda quebra e encontra o ar. É a interface entre algo etéreo e algo concreto, motivo da escolha do nome. As pessoas em Sprindrift realizaram experiências por 10 anos, mostrando a habilidade do que eles chamam de “praticantes de orações,” para demonstrar a diferença que ocorre no desenvolvimento e no metabolismo dos sistemas biológicos extremamente simples, como sementes germinando e culturas de fungos. Eles mediram a quantidade de dióxido de carbono que uma cultura de fungo libera para determinar quão ativa está. A razão pela qual não trabalharam com seres humanos é porque as plantas são muito mais simples. Você pode contar brotos de feijão, fazendo isto de tempo em tempo para ver se está se replicando. Os feijões não mudam tão drasticamente quanto os humanos. É muito mais fácil trabalhar com fungo, brotos de feijão, sementes de trigo, etc. Então foi isto que eles fizeram. Eles foram além da demonstração de que a oração funciona e estudaram que estratégia de oração funciona melhor. Eles testaram duas. A primeira é uma estratégia de oração dirigida, onde você não só informa Deus, Deidade ou o Absoluto sobre o diagnóstico do problema, mas também sobre o tratamento. Você diz, “João está com carcinoma de pulmão, faça com que ele desapareça.” Ou “Harry tem um problema cardíaco, nós queremos ver isto curado.” Este é o tipo de oração de pedido que a maioria de nós cresce pensando ser a única existente. Mas então eles testaram o que chamam de estratégia de oração não dirigida, que é completamente em aberto e não vincula uma meta à oração. Eles têm várias destas estratégias de prece não dirigida. A mais famosa oração deste tipo é “Seja feita a Vossa vontade.” Outra que eles usaram foi uma da canção dos Beatles “Let it be” (Assim seja, Deixa estar). Minha estratégia de oração não dirigida sempre favorita é a da contra-capa do primeiro Whole Earth Catalog, “Você não pode juntar as partes. Já estão juntas.” Uma das suposições sobre esta estratégia de oração não dirigida é de que em algum nível, de alguma forma, em algum profundo nível da realidade as coisas são belas e perfeitas. Por uma década, Sprindrift mostrou, e esta é a consideração mais importante, que ambos os métodos de oração funcionam. Mas trabalhando com estes praticantes de oração, eles demonstraram que o método de oração não dirigida é 2 ou 4 vezes mais poderoso que o da dirigida.

DANIEL REDWOOD: Como irá esta informação afetar aqueles milhares, talvez milhões de pessoas por aí que estão fazendo afirmações específicas para atingir seus objetivos?

LARRY DOSSEY: Uma das razões porque eu acredito que seja importante disseminar esta informação é que na nossa culturas pessoas se sujeitaram à idéia de que o único tipo de oração de valor é a dirigida. Com todos os livros por aí sobre mentalização, visualização e oração, muitos lhe dirão que a menos que você construa sua mentalização, visualização e oração de maneira muito específica, você nem precisaria se dar ao trabalho de realizá-las porque provavelmente não funcionarão. Vão lhe informar que você tem que fazer sua mentalização e visualização de uma forma específica do ponto de vista fisiológico, que você precisa saber o que os seus linfócitos T e D fazem, que você precisa conhecer a maneira como seus linfócitos-killer interagem com outros tipos de linfócitos. Você pode concluir que precisa conhecer todo o entra e sai do processo fisiológico da doença com a qual você quer trabalhar.

DANIEL REDWOOD: Então as afirmações podem não ser a abordagem correta para todo mundo?

LARRY DOSSEY: O grande psicólogo suiço Carl Jung disse que existe um divisor de águas na personalidade humana. De um lado você tem os extrovertidos, de outro os introvertidos. Os extrovertidos são pessoas sociáveis que não se incomodam absolutamente de estar em evidência. Quando elas formulam visualizações não se incomodam de dizer a Deus o que fazer. Os introvertidos, por outro lado, não se sentem muito confortáveis ditando os termos. A definição da minha esposa é a melhor que eu encontrei – “Extrovertidos são pessoas que falam muito no café da manhã.” A maioria dos livros escritos nesta cultura de como visualizar, mentalizar e orar estão sendo escritos por extrovertidos. Penso que seja hora de alguém fazê-lo para os introvertidos. Se você é alguém introvertido por natureza e não se sente confortável dizendo para Deus como resolver um problema, você tem muitos dados científicos a seu favor. Há pessoas que, quando estão doentes, logo se colocam nas mãos do Absoluto, e como um felino selvagem encolhem-se numa caverna e esperam para ver o que acontece. Por outro lado, se você é alguém que realmente precisa ser agressivo, específico e energético, você também tem os fatos a seu favor. Ambas abordagens são bem sucedidas. Correspondi-me com pessoas de Spindrift por vários anos e tenho a impressão de que são todos introvertidos. Não me surpreenderia se este tivesse sido o único tipo de praticante de oração que eles tenham testado. Se eles tivessem testado extrovertidos ao invés de introvertidos, os dados poderiam ter demonstrado que a oração dirigida, extrovertida é aquela que melhor funciona. Não fique atrapalhado pensando que existe uma fórmula que você deva seguir. Isto seria um mau uso desta informação, tentar prescrever como alguém deveria rezar, mentalizar e visualizar. Você não tem que seguir o que qualquer autoridade disser. Faça o que for certo para você! Volte-se para dentro e para cima. Meu conselho é que quando você pegar um livro que diga “Este é o caminho,” que você o feche, agradeça, volte-se e vá na outra direção.

DANIEL REDWOOD: Ouvi dizer que quando uma grande mudança de paradigma se espalha por uma profissão ou uma sociedade, é menos uma questão de serem os mais velhos convencidos da incorreção do seu pensar, mas principalmente porque eles eventualmente desaparecem de cena e são substituídos por uma nova geração que aceita o novo paradigma como fato. Você acha que a nova geração está mais aberta para o novo paradigma que os mais velhos?

LARRY DOSSEY: A maioria deles é como seus pais. Entretanto existe um elemento diferente, um outro tipo de cientista mais novo que não tem o mesmo tipo de indigestão intelectual que seus predecessores tinham. Max Planck, o físico que inventou a Constante de Planck em 1899, é famoso por ter dito que a ciência muda a cada funeral. A velha geração que não aceita a nova maneira de olhar as coisas morre, e a nova geração vem vindo, olha para trás e se pergunta qual o problema que havia. É o que acho que está acontecendo. Mantenho uma saudável correspondência com jovens estudantes de medicina de todo o país e tenho um arquivo cheio de suas cartas. Elas são cópias carbonadas umas das outras. Essas cartas dizem: “Estou na faculdade de medicina. É doloroso, não agüento. Diga-me para que escola posso me transferir, que ensine esses tipos de conceitos. Eu sofro, estou agoniado, quero fazer isto de outra maneira.” Então eles pegam isto e dá-se uma grande mudança. Há uma completa falta de comunicação entre eles e suas faculdades. A faculdade jamais assumirá isso, mas a faculdade eventualmente será substituída por pessoas que o farão. As mudanças nunca vêm tão rapidamente quanto desejamos. Parece agonizantemente lento, mas se você olhar para trás, os últimos 10 ou 20 anos que comecei a escrever sobre isto, a mudança parece imensa. Mas quando você está no presente você não consegue ver a mudança acontecendo.

Daniel Redwood é um quiroprático, escritor e músico que vive em Virginia Beach, Virginia. É autor de A Time to Heal: How to Reap the Benefits of Holistic Health ( A..R. E. Press), membro do conselho editorial do Journal of Alternative and Complementary Medicine. Pode ser contactado pelo email redwoods@infi.net.

©1995 Daniel Redwood, D.C.